quarta-feira, 31 de julho de 2013

Tinta comestível na piscina.
Alescio15:31 1 comentários

Fazia algum tempo que não proporcionava ao Tatá brincadeiras com tintas comestíveis. É tão fácil e barato que nada justifica a ausência de atividades como esta.

Só a ação de mexer na tinta já é suficiente. Não há necessidade de pintar algo toda vez que se brinca com tintas, entretanto resolvi colocar como fundo um tecido branco e alguns carrinhos para ver se o Tatá fazia conexões de possibilidades das pinceladas se tornarem diferentes utilizando os pequenos brinquedos. Infelizmente acho que o baby está um pouco  “condicionado”, pois fez questão da presença de um pincel. 

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Separei tudo, deixando à sua disposição para iniciar a brincadeira como bem desejasse. Logo foi dando as primeiras pinceladas e o fundo branco começou a ganhar algumas cores.

 

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Como estamos no inverno, todo momento que dá para brincar ao sol e somente de camiseta, é bem vindo. Nada como dar pinceladas diante da natureza.


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São esses momentos sensoriais de pura entrega, e sem nenhuma obrigação, que as maiores inspirações acontecem. As crianças necessitam de momentos simples na sua rotina, afinal tudo é muito corrido, a cidade é uma agitação, os compromissos não perdoam, a maturidade é exigida, os comportamentos são analisados, enfim, moramos num planeta que passa atualmente por uma fase de muitas cobranças e poucas contemplações. Se nossa vida de adulto é assim, paciência, já fomos contaminados e dificilmente sairemos dessa, mas temos a possibilidade como pais educadores de frear essa maluquice na vida dos pequenos. Tudo ao seu tempo. A infância ao seu tempo! Por isso estou sempre pensando e consequentemente escolhendo para o Tatá momentos que possam deixá-lo inteiro com seu estado de criança.

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Visão lateral, visão ampla vai sendo adquirida aos poucos, o Tatá tinha disponível quatro cantos para pintar, mas se limitou apenas aos dois mais próximos. Mesmo depois de um bom tempo, quando anunciei a possibilidade de virar de costas para dar continuidade na sua pintura ele preferiu ficar no mesmo local. Não insisti, porque obviamente chegará o momento das descobertas maiores. Lembro que em certa ocasião, acompanhei uma criança de aproximadamente quatro anos pintando um papel kraft (de três metros por três metros) paisagens inteiras e cheio de detalhes.  Fiquei impressionada, mas sabia de seu histórico com a arte.  Para se chegar longe começa do pequeno. Assim é o processo natural. Mas somente quando se percorre cada pedaço do caminho, com entrega e concentração, que se torna possível ganhar o próximo passo. Se formos atropelar as crianças nas suas descobertas estamos prejudicando o processo e atrapalhando sua apreensão do mundo. 



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Misturar as tintas é com o Tatá, sempre gostou disso e acho que sempre amará ver as metamorfoses acontecendo, seja onde forem, seja da forma que forem.


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Em muitas brincadeiras fico em silêncio, só observando e não atrapalhando. Isso é muito importante, afinal uma criança só aprende a se concentrar, se é permitido que tal ação aconteça. Se o tempo todo chamamos sua atenção, ficamos corrigindo, ficamos tocando-a, ficamos interpretando, classificando, querendo viver por ela o momento, então não permitimos que a própria criança esteja por inteiro em sua ação, visão, paladar, audição, enfim, não tenha a oportunidade de apreender com todos seus instrumentos físicos e emocionais a vivência  de que participa. 

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De repente o Tatá pegou a “kombi do vô” e começou a brincar, pensei: hum se ele fizer uma trilha com o  carrinho vai perceber as pinceladas diferentes e talvez tenha o interesse em experimentar novas formas de pintura.

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Mas nada disso aconteceu. Então tá! Quem disse que as crianças devem agir conforme nossos desejos e pensamentos?


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O que ele fez foi: ao invés de colocar o pincel na tinta, colocou a tinta no pincel! E voltou a pintar o pano.
 
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Depois que brincou bastante, me pediu água. A proposta inicial não era essa, e a pintura corria o risco de desaparecer com o balde de água. Mas a questão é: quem deseja um produto final? O adulto ou a criança?


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O Tatá continuou na sua brincadeira sensorial com mais este elemento aquoso. E ali ficou até o sol ir embora por inteiro naquele pequeno pedaço de quintal. 


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Por fim a kombi, e os outros carrinhos,  receberam um bom banho de água.

O tecido ficou molhado e a ideia de pendurar no castelo da sala  foi literalmente por água abaixo.  Mas o baby e a mamãe tomaram um delicioso banho de sol e se divertiram bastante, então porque não mamãe?

Recado para o Tatá: Meu amor, posso até parecer permissiva demais, mas o que permito de verdade é que você se descubra e explore o mundo. A vida adulta traz tantas limitações, não quero que sofras desses limites desde tenra idade. Usufrua o mundo, só assim você fará parte dele integralmente e saberá respeitá-lo como deve ser. Te amo. 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Pista com educação de trânsito.
Alescio19:49 0 comentários

O Tatá anda de amores com seus carrinhos, já fiz algumas pistas para ele em casa, mas nada que fosse muito elaborado, só coisas rápidas para que pudesse brincar com o papai um pouco antes do banho noturno.

Mas eu estava sentindo a necessidade de brincar com mais intensidade e com certos objetivos envolvidos.


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Passeando pela web vi uma pista bem simples feita com uma boia de piscina. Providenciei uma bem baratinha (menos que um sorvete!), cortei-a no meio e esculpi com uma faca a curvatura necessária. Uma caixa de papelão serviu como uma espécie de túnel e passarela. Mas nem tinha terminado e o Tatá já estava brincando feito louco. Nessa noite o baby demorou para dormir, queria saber apenas de brincar na sua mais nova pista.

 


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No dia seguinte saiu correndo da cama para ir direto no mais novo brinquedo. E claro que queria me ajudar a montar tudo.
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Então decorei a caixa, sempre com meu ajudante por perto. E conforme ia fazendo ia tendo mais ideias. Resolvi fazer um semáforo, já que sempre estamos brincando de “adivinhar as cores” nas situações onde andamos de carro.

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Educação para o trânsito é algo muito importante, essencial, e deve ser ensinado desde muito cedo para que fixe as condutas corretas e seguras. Já a algum tempo só atravesso a rua depois que o Tatá me responde se está seguro ou não. Se vem ou não vem carro. E se atravessamos a faixa de pedestre indico o “homenzinho verde”, dizendo que só assim podemos seguir adiante. No carro, ele percebe e indica quando estamos parados por conta de congestionamento ou por conta do semáforo (sabe o objetivo de cada cor do sinaleiro).

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Mesmo sendo do nosso costume ter a conduta básica do trânsito seguro, uma brincadeira divertida onde os conceitos possam ser passados mais uma vez, jamais será repetitivo e cansativo, afinal o assunto é muito sério.


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Então, por conta de tudo isso, fizemos juntos um semáforo, que foi a maior festa e levou a manhã toda. Ele não deixava eu terminar, queria logo colocar os “cartões” coloridos nos devidos espaços. Essa armação eu fiz com restos de isopor grosso, aproveitei os furos que já tinham, e nosso sinal não ficou redondo, mas quadrado! Tudo bem, o que importa mesmo é a ideia.


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Ele que ficou responsável por trocar as cores do semáforo, e com isso ainda praticou sua coordenação motora em tirar e colocar cada cartão colorido. Claro que perto havia uma faixa de pedestres, e o Popeye e a Olivia precisavam estar bem seguros para atravessar, por isso era necessário muito atenção do baby em escolher entre “parar, esperar e andar”!
  
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A nosso “túnel minhocão” ficou assim depois de pronto. Este eu terminei sozinha, porque o baby estava dormindo. Com isso montei toda a cidade para fazer aquela surpresa ao pequeno.  Criei uma historinha; nossa estrada saía da praia (Florianópolis), passava pelas montanhas (serra), passava por uma estrada de pedras (as cidades interioranas), chegava no Rodoanel (e ali como na vida real é preciso prestar atenção para não errar o caminho) e finalmente entrávamos em São Paulo (para ver os avós). Ah a cidade está representada pelos “prédios numerados”  da foto abaixo  (que é outra brincadeira que fiz com o Tatá). Também tínhamos um posto de gasolina par abastecer da longa viagem.
 
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Mesmo sem semáforo, a passarela anuncia que o pedestre tem preferência, por isso a pequena espanhola pode atravessar sossegada.

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No meio da serra vários bichos deram o ar da graça, aranhas, cavalo, galinha, vaca. E a “mata nativa” foi um ótimo lugar que o baby achou para as aranhas chamarem de lar.

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Quando o Tatá acordou fez aquela deliciosa  cara de ser maravilhado!

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Olhou tudo, todos os detalhes.

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Deu uma volta completa na pista apenas observando e eu não sugeri absolutamente nada, fiquei apenas na expectativa para ver qual seria a primeira interação do pequeno!
 
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Então resolveu começar pelo posto de gasolina, e ali já foi criando o congestionamento do dia! kkkk

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Do posto passou para a estrada de pedra nos arredores das cidades interioranas, e ai eu comecei a classificar os lugares, para que pudéssemos nos comunicar bem na hora da nossa brincadeira em conjunto.

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Achei muito legal ele observar a pequena espanhola. Aproveitei e falei sobre a primeira regra do bom trânsito.

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Para a mamãe o sentido ocorria em uma só direção nas pistas, mas o Tatá resolveu que vários caminhos teriam pistas duplas. Então tá! Entrei no seu ritmo e seguimos na brincadeira. As brincadeiras de uma forma geral são interessantes quando o comando está nas mãos das crianças, sua lógica supera nossas expectativas, e é aí que acontecem muitas colocações interessantíssimas, por isso não vale a pena impor para as crianças regras nas brincadeiras livres ou do faz de conta. 

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Como o Tatá havia brincado bastante com o semáforo quando o fizemos no período da manhã, ele preferiu re-inventar seu sentido.

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E começou a transformá-lo num estacionamento para carros. Ficou ali um tempão, colocando e tirando os automóveis.

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Somente depois que pegou as placas e começou a trocar os sinais.

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O processo da aprendizagem dentro do lúdico está justamente em se divertir sem a preocupação da aquisição pontual dos conhecimentos, por isso, vale o semáforo virar apenas um jogo de encaixe. Inconscientemente os valores estão transitando em seu cérebro. E com certeza na hora necessária eles irão aparecer, por isso, o legal é que o adulto não fique preocupado se os pequenos estão “acertando ou errando”, nada é errado dentro da ludicidade e tudo naturalmente será codificado.
 
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Cada casa uma pista, casa grande pista grande, casa pequena pista pequena. Ou não! Não interessa o tamanho, porque mesmo se tudo isso fosse uma simples tábua de carne no meio da sala (coisa que já fizemos!) a brincadeira se torna rica da mesma forma! Normalmente pego o tenho em casa, sem grandes elaborações, apenas deixando a criatividade tomar conta. E claro estando junto com o baby, para que suas tardes possam ser amorosas e significativas para a construção do seu lado emocional. Isso sim que importa!

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O Rodoanel, esse sim, foi o grande astro da brincadeira, ficamos muito tempo ali curtindo as idas e vindas dos carrinhos deslizando pela ex-boia.

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Certa hora os carros foram parar estacionados dentro do túnel. Foi muito engraçado, porque do nada o baby desejou fazer uma apresentação de música para os carrinhos, e com isso me pediu trilha sonora (que havia esquecido de colocar!), e desta vez o show ficou com a banda http://www.nodorsodorinoceronte.com.br/ que escutamos e cantamos várias vezes.
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E como uma das músicas fala de aranhas, ele foi correndo para as montanhas e “mata nativa” pegar suas pequenas amigas.

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Cantando, e fazendo os bichos dançarem.

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Foi uma tarde bem legal. Lá fora o tempo estava horrível, chovendo e fazendo muito frio, mas dentro de casa o clima era de pura alegria quentinha!

Bom, a casa ficou de lado, nem lembrei das tarefas do dia, mas a educação para um trânsito ideal ocorreu muito bem, por isso digo, porque não mamãe? É tão mais gostoso brincar que se estressar com coisas domésticas né! E já que o tempo passa e as crianças crescem, todo o resto pode esperar!

Recado para o Tatá: Meu amor, eu te ensinei a dizer obrigado quando alguém te oferece alguma coisa, mas jamais esperava vários abraços no meio da brincadeira com deliciosos obrigados no meu ouvido. Assim você deixa sem graça! Te amo muito filho!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Massinha caseira.
Alescio19:25 2 comentários

Aderir às massinhas caseiras é uma atividade divertida, saudável, pedagógica, fácil e barato na construção de brinquedos.

A receita é super simples: 1 xícara de sal, 4 xícaras de farinha de trigo, 2 colheres de óleo, 1 colher de vinagre, 1 1/2 xícara de água e corante alimentício de cores variadas.   Mistura tudo e pronto! Mas caso fique grudento é só adicionar mais farinha até chegar no ponto exatamente igual das massinhas industrializadas.

O mais legal é que a própria criança pode prepará-la. Por conta disso o brinquedo ganha outros significados e a brincadeira se torna mais interessante.

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Quando disse ao Tatá que faríamos massinha no decorrer do dia, ele não me deixou em paz até que finalmente eu colocasse tudo na mesa.

 


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Iniciamos com a farinha e aproveitei para pontuar a quantidade dos ingredientes da receita.

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Depois foi a vez do sal, do óleo e vinagre. O Tatá sempre quer despejar o vinagre (ou qualquer líquido) nas colheres, mas ainda não é possível o baby fazer isso sozinho, porque senão todas as receitas iriam desandar!


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Mas o líquido nas xícaras já estão dentro dos seus ganhos de coordenação motora, mesmo sendo pesados para suas pequenas mãozinhas.

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Na hora de amassar sempre rola uma musica de sua autoria e conforme aperta, soca, enrola, fura, vai cantando suas melodias inventadas ali na hora, nem sempre "entendíveis"! (kkkk)

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A clássica brincadeira da massinha está no topo das atividades para desenvolver diferentes habilidades com as mãos, fazer bolinhas, minhoquinhas, carinhas, etc. desenvolve da forma mais lúdica a coordenação, a criatividade, a fantasia, o jogo coletivo, a sociabilidade, dentre tantas outras coisas.


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E todo esse processo já começa na massa, que nem cor tem ainda.

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Depois foi a vez do Tatá colocar sozinho o corante de alimentos. Fizemos 3 bolas para 3 cores que tinha no estoque da cozinha.


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A primeira massa ficou muito grudenta, por isso tive eu mesma que fazer a mistura inicial. Mas depois despejei mais farinha e ele pode continuar a mistura.


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O Tatá desejou colocar mais corante, e achei bem legal, porque com isso mostrou que prefere as cores em tons mais fortes.


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Fizemos uma porção de verde "quase musgo", uma de verde limão e uma porção de preto. Depois de prontas e depois da brincadeira em si, elas podem ser guardadas (em potes fechados) para uso posterior, já que duram bastante!


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Infelizmente perdi algumas fotos onde brincamos juntos fazendo minhoquinhas, letras do seu nome, números, bolinhas, carinhas, estrelas, entre outras coisas. Aliás perdi também a noção da hora. Ficamos praticamente duas horas e meia nos divertindo juntos, porque as possibilidades são enormes, e porque é bom resgatas nossa criança interior junto com nossos filhos.

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Depois de brincar muito na mesa da cozinha o baby transferiu as massinhas para sua mesinha particular, e ali ficou se divertindo tranquilo, enquanto eu dava conta da casa, porque é bom brincar acompanhado, mas também é legal brincar sozinho!


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Tive que ligar para o papai pedindo mais farinha, já que o estoque tinha acabado! A cozinha não virou um caos pelo preparo da massa, mas virou um campo minado de tanta massinha espalhada pelo chão!  O baby ficou o dia todo com a mão toda “manchada” do corante e tive que “catar” massinhas no seu cabelo, mas tudo isso foi insignificante diante do delicioso manusear de um brinquedo tão universal. Então, diante de tudo isso, porque não mamãe?

Recado para o Tatá: Meu amor foi praticamente um dia inteiro com intervalos para sono e lanches. A massinha foi parar no sofá, dentro de panelas, atrás das portas, mas enfim, a mamãe de fato não liga, sabe porque? Por que você vai crescer e eu vou sentir muita saudade de tudo isso! Te amo!