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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Montando um Boi de Mamão.
Alescio15:22 12 comentários

O Tatá é um típico “Manezinho da Ilha”, nome dado carinhosamente a todos os nascidos na Ilha da Magia, ou se preferirem, Florianópolis.

Ama pirão de peixe, camarão e boi de mamão. Em todos os lugares públicos você sempre pode esperar uma apresentação do folclore típico da “Ilha do Desterro”.

Dentro da história do Boi de Mamão há diversos personagens: cavalo, cabra, Maricota (aquelas bonecas gigantes), Bernúncia (um tipo de “serpente chinesa” onde há várias pessoas dando vida ao bicho), urso, etc..

O Tatá tem um Cd (já todo riscado) que várias vezes na sua pequena vida, às 6h da manhã colocava para escutar e ficar feliz (e o papai infeliz claro...kkkk).

Finalmente chegou o dia de fazer o seu boi.

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Peguei uma caixa de papelão e fiz um buraco dentro. O baby ficou responsável por todo o processo e foi logo tratando de passar a cola na caixa.

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Passar “em toda a caixa” ainda significa passar “assim, assim”! Por conta disso tive que fazer uma revisão para que o pano ficasse colado em toda a superfície.


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Pedi que alisasse o tecido para fixar na caixa. Usei somente feltro em todo o boi.

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Para montar a cabeça do bicho usei um retalho de esponja. Desenhei num papel branco que coloquei por cima, e com uma caneta fui fazendo força para deixar as marcas da figura impressa.


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Daí por diante o boi foi só do Tatá.

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Ele escolheu pintar de amarelo a cabeça do animal. 

Deixamos secando por um dia e depois continuamos na arte. Só isso já foi suficiente para o pequeno ficar super feliz e brincar com as partes separadas do boi, imaginando as histórias do folclore local.

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No dia seguinte foi a vez de fazermos “manchas” no boi. Isso porque no primeiro dia, antes de começar a atividade/brincadeira, vimos imagens de bois reais para ele compor sua escultura. Vimos animais de todas as cores e tipos. Com isso ele decidiu fazer um boi com manchas, mas também tinham que ser amarelas!


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Cortei pedaços de feltro, deixei a cola, miçangas e brilho para o baby se divertir.


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De um em um ele ia colocando para secar.

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Claro que algumas manchas ficaram com pouco brilho, enquanto outras ficaram cheias do pó colorido. Essa brincadeira desenvolve noções de medidas e proporções ao espalhar um material sobre o outro.

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E por falar nisso, essa atividade não trata somente das questões do folclore. Ali naqueles momentos o baby estava praticando habilidades diversas como : firmeza e destreza ao segurar o pincel; estética ao escolher cores e materiais para compor o boi; matemática, ao perceber que as manchas possuem tamanhos distintos; português quando adquire novas palavras para seu vocabulário; equilíbrio e coordenação  nos momentos de dança com o boi; paciência por esperar todo o processo que levou alguns dias; noções de começo, meio e fim (da sua escultura); ação e reação, quando a cola molhada seca no seu dedo; química também dentro da ideia da cola que, de líquida fica “sólida” ao colar um objeto no outro. Enfim, os ganhos são vastos e ricos no desenvolvimento criativo do mundo dos pequenos.

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O rabo (que desta vez só podia ser amarelo mesmo porque não havia outra cor disponível em estoque), foi feito com um plástico colorido, que fixei com grampeador.
  
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O baby precisa ainda de muita força para fazer a cola sair da bisnaga, mas isso é ótimo para trazer a noção e o exercício de potencialidade das suas mãos.

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Muito brilho ficou espalhado pela edícula, por isso é bom ter uma quantidade interessante para fazer a atividade, assim não há miséria e o boi agradece!


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Mas quando tudo acabou o baby foi pegando do chão para preencher as manchas que não estavam prontas segundo seus critérios.

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É importante que nos momentos de arte o adulto não interfira para deixar tudo “bonitinho”. A criança sabe quando faz algo sozinha ou quando é o adulto que está fazendo para ela (não me refiro aos momentos de trabalhar com instrumentos perigosos como tesoura, estilete, grampeador, etc.), além do que, para a criança o belo está em fazer, em acontecer, em ser!
 
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A criança com o tempo formará seu próprio estilo, preferências e estética. Deixá-los livres é a melhor escolha para não poluir ou manchar a criatividade do pequeno ser em formação. Para tanto é preciso que o adulto abra mão da sua necessidade "egoica" de comandar os desejos da criança. Mesmo sendo referência para nossos filhos, não somos donos da verdade. E sim, eles podem ter gostos completamente diferente dos nossos. Afinal são outras pessoas não é mesmo?


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Num terceiro dia, o Tatá quis pintar novamente a cara do boi, desta vez de branco.

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Pintou bastante com o pincel, e depois deixou-o de lado para usar as mãos. Super normal, porque na arte não existe regras, nem certo ou errado! Nunca insisto com ele em pegar o instrumento porque as necessidades de coordenação motora também acontecem de outras formas.


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Sim, o baby se delícia com isso e mais ainda em pintar a mamãe disponível ali do lado.

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Era preciso colocar os olhos e bocas com o boi seco, mas ele não queria esperar mais, estava louco para brincar.

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Peguei cola e o danado colocou os olhos exatamente nos lugares correspondentes. Um ótimo sinal de composição e entendimento facial.
 
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Cortei a boca e ele foi logo dando um jeito de colá-la.

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Perguntei se estava legal, então ele disse que faltava uma língua e um nariz!

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E depois, sem esperar mais nada foi logo vestindo o boi (que foi fixado um cordão de isopor velho e grampeador).

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Para quebrar o “protocolo do blog”, estou disponibilizando a farra do Tatá assim que coloquei a música!




Vários dias de atividade, edícula interditada por tanta bagunça, mas o filho mega feliz por ter finalmente seu boi. Por que não mamãe?

Recado para o Tatá: Demoramos para montar um boi, mas agora fica tranquilo porque vou atender sua solicitação de montarmos também um cavalinho, bernuncia, maricota, etc., etc., etc......Te ver  feliz não tem cansaço que domine. Te amo.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Preparando o peixe para pescar!
Alescio12:36 0 comentários

Puxa na sua memória uma brincadeira que você amava e que só tinha em época de festa junina…Pescaria, acertei? Então, que tal proporcionar ao seu baby algo que ele possa se divertir aos montes e ainda por cima adquirir inúmeras habilidades manuais? 

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A ideia de fazer esta atividade surgiu na proposta de reunirmos umas mães amigas para comemorarmos o mês junino. A brincadeira é super divertida e trabalha bastante o lado social, podendo ocorrer no seu condomínio, num  parque ou mesmo no seu quintal. 




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Juntar a criançada para  montar a brincadeira também é válido, porque as situações que aparecem em grupo são sempre ricas de aprendizado. Mas caso não seja possível vale preparar somente você e seu baby. 

Primeiro desenhei em uma caixa de papelão alguns peixes bem simples. O Tatá estava presente em todo o processo e conforme ia recortando as “espécies marinhas” o baby já entrava no faz-de-conta estimulando sua imaginação.


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Separei as tintas guaches que dispunha, e no final da tarde iniciarmos a pintura. Desta vez coloquei uma camiseta velha no Tatá, mas ele não curtiu! Mas não deixou de se entregar ao momento artístico sensorial.

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Foram 12 peixes que o Tatá pintou, esta foi a conta certa entre o prazer e a produção! Ou seja, exploração de trabalho infantil nem pensar! O legal é fazer a atividade como forma de diversão e não obrigação. Mas foi importante explicar que ele estava fazendo algo que serviria para mais crianças brincarem futuramente.

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De um lado da mesa deixei todos os peixes que iam ser pintados, do outro lado deixei um espaço para que o baby fosse separando as obras para secarem!

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Ele entendeu a orientação, e por conta disso conforme achava que o peixe estava pronto ia colocando ao lado, com a maior liberdade e propriedade de sua pintura. 

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Na arte não pode (em hipótese alguma) existir o certo e o errado. Mesmo que o senso crítico de uma mãe, professora ou cuidador deseje falar à criança que “Deve ser assim, ou assado a sua pintura”, que “Uma árvore tem folhas verdes e tronco marrom”, ou que “O rosto de uma pessoa não é azul”, é necessário entender que as formas, intenções, intuições, organizações, ou resumindo a criação em si, é única e exclusivamente parte integradora da criança, é sua extensão, sua compreensão, e sua realidade de mundo. E nesse campo a interferência só prejudica. Somente depois que a criança experimenta, se solta e se sente livre para ser é que ela é, então consegue observar ao seu redor e estabelecer novas relações.

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O Tatá fez peixes de todas as cores, às vezes mistura duas cores, às vezes misturava as quatro. Alguns peixes foram pintados somente na cabeça, e outros receberam cores fortes na cauda. Hora pintava como pinceladas fortes e contínuas, hora apenas batendo o pincel no peixe. E assim ele curtiu e deu boa noite aos seus novos amiguinhos.



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Na manhã seguinte, com os peixes secos foi a vez de passar cola e jogar purpurina para as “escamas” ficarem reluzentes.


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De novo fiz o mesmo esquema de deixar de um lado os peixes para receberem cola, e do outro os que estavam prontos. A única coisa que disse ao baby é que quanto mais cola passasse, mais brilhantes ficariam os peixes.


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Brincar com cola é outra atividade deveras prazerosa, principalmente quando a cola está seca nos dedinhos e o pequeno fica todo concentrado para retira-las.

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O Tatá queria muito manusear as purpurinas, e por conta disto “malandramente” colocou mais de um peixe na mesinha para passar toda a cola de uma vez! Eu poderia ter recusado essa ação, pensando na aprendizagem da sua paciência, e de questões como: começo, meio e fim, mas achei tão inteligente a resolução que deu para o seu problema que até apoiei-o ajeitando melhor os peixes. 

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Quando ficamos cheios de regras com as crianças sem permitir que elas se expressem, que demonstrem suas vontades e ideias, não estamos incentivando sua auto-estima, confiança e características pró-ativas. É necessário que eles também tenham seus momentos de autoridade (não confunda com o autoritarismo ok!). 

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Com quatro pequenos potinho de purina (onde fiz um sutil buraquinho em cada um), o Tatá pode salpicar cor e brilho nos peixinhos e ficar encantado com a  descoberta do resultado. 

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Salpicou muita prata, muito verde, muito vinho e muito azul e as escamas ficaram lindas.


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O curioso é que ele não teve vontade de colocar sua mão na purpurina, então quando havia terminado, eu esfreguei minhas mãos nos grãos que sobraram no chão, e coloquei sobre meu rosto. Ele ficou um tempão viajando na brincadeira de se pintar com brilho, ou tira-lós da cola seca.



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Tudo seco, com varinha na mão e serragem na piscina, foi a vez de brincarmos de pescaria. Primeiro ele explorou bastante a varinha. Ficou na ação de “jogar ao mar” em todos os cantos da casa (e eu atrás protegendo o que não podia quebrar..kkkk). Depois ele queria estar com o peixe no anzol e levá-lo para passear, para ler seus livros, para comer grama, para tomar banho, para dormir na sua cama (que é um barco!), para jogar bola... Enfim, foi uma relação de puro amor com o peixe.




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Somente depois, quando coloquei todos os peixes na piscina é que ele foi fazer a brincadeira oficial (ou quase) da pescaria. Tentou, tentou e tentou, mas os peixes não pulavam sozinhos direto para o seu anzol.

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Então resolveu entrar na piscina, acho que ele pensou: “Se estiver dentro do mar tudo fica mais fácil"!”. Mas não foi bem assim, os peixes continuavam a recusar morder o anzol. 

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Então o Tatá desistiu e curtiu a pescaria de outro modo!


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Foi serragem para todo o lado. Foi varinha para todo o lado, foram flores sendo fisgadas no quintal, enfeites virando pela casa, mas enfim, foi um caso de amor tão grande entre esse “manezinho da ilha”, sua varinha e os peixes que só me resta perguntar… Por que não mamãe?

Recado para o Tatá: Meu amor, sei que dá mais trabalho, e que às vezes cansa, mas não me arrependo nunca de dar voz à você, porque te ouvir e te conhecer é bem melhor que ver em você apenas um reflexo meu! Te amo!

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Pintando o 7 com giz pastel.
Alescio10:52 4 comentários

Estava no mercado público da cidade quando me deparei com uma loja de produtos para pintores profissionais. Não tive dúvidas, entrei na mesma hora porque o Tatá está super pronto para dar outro passinho na sua vida de artista/arteiro! Comprei telas, tintas e giz pastel para começar. Como o Tatá ainda não tem um cavalete profissional vamos usando o aparador de livros do papai. (ah, é segredo viu, ele não sabe!)

Antes de começar a preparar tudo, expliquei para o baby que ele iria pintar um “quadro de verdade”, “de pintor profissional”, igual aos quadros que a mamãe tem pendurados na parede. Bastou dizer isso e ir pegando a tela, que o pequeno ficou totalmente eufórico!


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O giz pastel é ótimo porque mesmo não sendo duro ele não quebra fácil, e como é super baratinho dá para comprar diferentes nuances de cores, assim o baby pode assimilar outros tons das cores primárias e com isso ir enriquecendo seu mundo de conhecimentos. 





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Conforme o Tatá ia pegando uma giz eu dizia qual era a cor, o resultado é que depois desta atividade/brincadeira ele reconhece objetos azul escuro e distingue do azul claro, por exemplo. Além do verde musgo do verde claro, ou o rosa claro do vinho. E assim por diante.



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De fundo tínhamos como trilha sonora música brasileira “das antigas” (Leila Pinheiro, Geraldo Azevedo, Ney Matogrosso, entre outros). Arte e música é o casamento perfeito para levar os pequenos ao reino da criação. 




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Com isso, o Tatá ficou super concentrado o tempo inteiro. Às vezes ele se levantava do seu sofá reciclado para pintar a parte de cima do quadro. O que é um ótimo sinal de percepção do espaço vazio como possibilidade para a materialização dos seus riscos intuitivos.




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Ele usava um giz, e depois pegava outra cor, no entanto, por várias vezes ele repetiu as mesmas cores, como dando a entender que havia uma preferência para que o quadro ficasse com um certo “clima de tonalidades”.



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Houve momentos de pura entrega à arte, quando ele se expressava ao conquistar determinados efeitos no quadro. Eu não perguntei durante o processo da pintura o que ele estava fazendo, para não atrapalha-lo, apenas no final quando ele me disse que estava pronto! É interessante que no momento de entrega da criança ela não seja interrompida no seu processo criativo para não perder a sequência que está desenvolvendo em sua mente. No entanto, isso não significa que seja “proibido” falar com os pequenos (como no caso de estar sinalizando as cores dos gizes!)



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Quando ele levantou o quadro achei que tinha terminado sua obra. Sua expressão foi de “Óh!”. Mas rapidamente ele colocou o quadro no aparador, voltou a se sentar e deu continuidade na obra.



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É bem legal contextualizar as brincadeiras antes de começá-las, ainda estou iniciando o Tatá nessa metodologia para não influenciar os resultados de suas descobertas. Com o tempo mostrarei para ele os diferentes estilos artísticos, a vida dos pintores e suas obras. Porém, por enquanto o que realmente importa é o baby poder conhecer e explorar de forma sensorial os objetos e ficar livre para interpretar o mundo conforme seu desejo.




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Certa hora, disse que sua mãos estavam bem carimbadas dos gizes, ele como numa ação de “assinar sua obra” “limpou” a mão na tela.



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Quando não estava mais interessado em pintar, ele começou a brincar com o giz, então nesse momento propus que guardasse para usar novamente em outras oportunidades.




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Com a tela pronta, questionei o que havia pintado, assim em maio de 2013 o Tatá criou:



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TÍTULO: A BALEIA
TÉCNICA: GIZ PASTEL
AUTOR: TALES MONRAT



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E ficou lindo pendurado ao lado do quadro da mamãe. Essa ação de deixar à vista no ambiente mais importante da casa é muito significativo para a criança, ela vê que sua obra foi valorizada, e isso não tem preço!

Ficamos uma manhã inteira só curtindo essa brincadeira com a casa toda desarrumada. Mas isso é uma questão de escolha que a mamãe faz com bom gosto! Não custou praticamente nada e nem deu trabalho nenhum. Então, porque não mamãe?

Recado para o Tatá: Meu amor, amei ver você curtindo pintar seu “quado pofissionaaal”. Legal também foi ver a noite, quando o papai chegou em casa, que a primeira coisa que você fez foi correr e mostrar sua obra de arte na parede. Ah, que fofo! Te amo!