terça-feira, 25 de junho de 2013

Mexendo o corpo em dia frio!
Alescio10:43 3 comentários

Bruuuuuu, em dia frio é preciso de uma boa dose extra de animo para fazer brincadeiras com os babys, porque a vontade mesmo é de ficar debaixo do cobertor! Entretanto a realidade das crianças pequenas é outra, quem disse que eles aceitam sedentarismo? Então bora mexer o corpo! O que é ótimo para eles e para nós!
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Separei algumas coisas que tinha em casa e fiz um circuito para o Tatá. De antemão sei que o baby ainda não tem gosto para brincadeiras onde uma sequência orquestrada é necessária, mas se ele não tiver oportunidades como compreenderá brincadeiras onde a lógica da continuidade se faz presente?

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Primeiro separei tudo e fui colocando no chão da sala, ele estava ao lado, e como já está acostumado com os “momento de brincadeiras”, esperou pacientemente a mamãe preparar a atividade. Peguei algumas panelas onde ele pudesse pulá-las, como se estivesse num rio com pedras. Por conta disso inventei uma breve história onde tínhamos que evitar as mordidas de um jacaré que nadava por ali. 
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No segundo momento era preciso entrar no “bote das flores”, e como o jacaré era alérgico a elas, ele não podia nos pegar ali. Nessa etapa o exercício físico exigia equilíbrio e destreza para entrar e sair do cesto que era razoavelmente alto e leve, ou seja, só dependia da sua coordenação para não cair.  
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Ao contar a história disse que era necessário passar por todo o caminho na sequência, assim seria mais fácil não acordar o jacaré que estava dormindo bem no “meio do lago”. O que não me impedia de avisa-lo conforme passava para a próxima fase. Eu  sabia que no decorrer da brincadeira ele mesmo escolheria por onde passar ( o que é super legal!), entretanto mostrar que há um começo, meio e fim, ou seja, um critério sequencial também faz parte da brincadeira, e ajudará em jogos futuros.
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O próximo passo foi passar pelas bóias, ops, pelas “Vitórias-Régias”, e ali ficar pulando bastante para aquecer o corpo, já que seus pés haviam ficados “molhados ao passar pelo lago”.
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Pular dentro de um pequeno espaço limitado não deu muito certo, o Tatá desequilibrou algumas vezes, mesmo porque queria pular bem em cima das bóias. Mas faz parte da brincadeira, então bora aquecer o corpo.
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Logo depois foi a vez de entrar no “barco abandonado”, onde haviam alguns cocos que serviam para assustar e afastar o tal jacaré, que nesse momento havia acordado! A ideia é que o Tatá entrasse na caixa e ficasse jogando as bolas bem no meio do lago. A ação de jogá-las em algum ponto específico ajuda na mira (o que trabalha tanto o lado físico quanto o raciocínio lógico) e também auxilia na proporção de força necessária para conseguir tal proeza. 
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Mas o Tatá preferiu pegar as bolas e levar para a piscina! Fazer o quê! Ele queria mesmo é ficar num barco sem coco nenhum!
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Ele colocou e tirou as bolas dentro da caixa algumas vezes e só depois resolveu explorar a piscina “das pedras preciosas”, que dava “proteção contra o jacaré”. 
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O baby conseguiu fazer o caminho completo duas vezes. Fiquei super feliz, já que demostrou ter compreendido a existência de uma sequência na brincadeira. Mas depois disso não adiantou a mamãe tentar novamente, então respeitei o momento e o pequeno ficou livre para criar suas próprias histórias.
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Com isso ele resolveu levar as “pedras preciosas” para cima das “pedras do rio”. Ele queria que o jacaré comesse cada uma delas!
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O que não impediu que subisse novamente em cada uma, praticando ainda mais seu equilíbrio físico.
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Também quis tomar um banho com as “pedras preciosas”. Um momento bem sensorial. 
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Certo momento o “poço das flores” viraram seus anjos, que ele libertou…
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E levou para passear na piscina das pedras preciosas (acho que pode ter associado uma coisa a outra, já que em nossas histórias, os anjos tem poderes e usam pedras energéticas para curar as pessoas!)
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A brincadeira virou farra, tudo ficou espalhado, e a sequência foi por água abaixo, nem o jacaré apareceu mais nos seus relatos. Quando isso acontece não insisto em dominar a história, primeiro porque deixar a criança criar sua fantasia é extremamente benéfico, mesmo que seja “sem pé nem cabeça” aquilo que está sendo narrado. São nesses momentos que ela sente autonomia para classificar o mundo conforme seu entendimento, e isso auxilia numa construção crítica conforme ocorre o amadurecimento da criança. O segundo motivo é que quando o baby materializa em palavras suas fantasias, também estamos incentivando a construção da fala e vocabulário, além da comunicação entre pais e filhos. Se a criança vê nos pais alguém que o escuta e dá valor para aquilo que é dito, os votos de confiança vão se aprofundando e a entrega será sempre natural. 
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Sobre os circuitos, quanto mais a criança pular, correr, saltar, cair, levantar, abaixar, etc., mais serão ativados seus músculos, articulações, respiração, órgãos dos sentidos, e por aí vai. Quanto mais farra física, mais hormônios são liberados, mais dispostos eles ficam e com isso todo o seu conjunto físico e mental são beneficiados.
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A mamãe também entrou na brincadeira, o que mais uma vez só fez lembrar o quanto está sedentária…kkkk. Todo mundo bufando e a casa bagunçada, quer coisa mais gostosa? Então, porque não mamãe?
Recado para o Tatá: Meu amor, nada como ter um baby para a gente experimentar sentimentos, pensamentos e ações novas todo os dias. Obrigada por tirar a mamãe debaixo das cobertas nos dias frios! Te amo!

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Preparando o peixe para pescar!
Alescio12:36 0 comentários

Puxa na sua memória uma brincadeira que você amava e que só tinha em época de festa junina…Pescaria, acertei? Então, que tal proporcionar ao seu baby algo que ele possa se divertir aos montes e ainda por cima adquirir inúmeras habilidades manuais? 

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A ideia de fazer esta atividade surgiu na proposta de reunirmos umas mães amigas para comemorarmos o mês junino. A brincadeira é super divertida e trabalha bastante o lado social, podendo ocorrer no seu condomínio, num  parque ou mesmo no seu quintal. 




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Juntar a criançada para  montar a brincadeira também é válido, porque as situações que aparecem em grupo são sempre ricas de aprendizado. Mas caso não seja possível vale preparar somente você e seu baby. 

Primeiro desenhei em uma caixa de papelão alguns peixes bem simples. O Tatá estava presente em todo o processo e conforme ia recortando as “espécies marinhas” o baby já entrava no faz-de-conta estimulando sua imaginação.


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Separei as tintas guaches que dispunha, e no final da tarde iniciarmos a pintura. Desta vez coloquei uma camiseta velha no Tatá, mas ele não curtiu! Mas não deixou de se entregar ao momento artístico sensorial.

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Foram 12 peixes que o Tatá pintou, esta foi a conta certa entre o prazer e a produção! Ou seja, exploração de trabalho infantil nem pensar! O legal é fazer a atividade como forma de diversão e não obrigação. Mas foi importante explicar que ele estava fazendo algo que serviria para mais crianças brincarem futuramente.

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De um lado da mesa deixei todos os peixes que iam ser pintados, do outro lado deixei um espaço para que o baby fosse separando as obras para secarem!

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Ele entendeu a orientação, e por conta disso conforme achava que o peixe estava pronto ia colocando ao lado, com a maior liberdade e propriedade de sua pintura. 

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Na arte não pode (em hipótese alguma) existir o certo e o errado. Mesmo que o senso crítico de uma mãe, professora ou cuidador deseje falar à criança que “Deve ser assim, ou assado a sua pintura”, que “Uma árvore tem folhas verdes e tronco marrom”, ou que “O rosto de uma pessoa não é azul”, é necessário entender que as formas, intenções, intuições, organizações, ou resumindo a criação em si, é única e exclusivamente parte integradora da criança, é sua extensão, sua compreensão, e sua realidade de mundo. E nesse campo a interferência só prejudica. Somente depois que a criança experimenta, se solta e se sente livre para ser é que ela é, então consegue observar ao seu redor e estabelecer novas relações.

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O Tatá fez peixes de todas as cores, às vezes mistura duas cores, às vezes misturava as quatro. Alguns peixes foram pintados somente na cabeça, e outros receberam cores fortes na cauda. Hora pintava como pinceladas fortes e contínuas, hora apenas batendo o pincel no peixe. E assim ele curtiu e deu boa noite aos seus novos amiguinhos.



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Na manhã seguinte, com os peixes secos foi a vez de passar cola e jogar purpurina para as “escamas” ficarem reluzentes.


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De novo fiz o mesmo esquema de deixar de um lado os peixes para receberem cola, e do outro os que estavam prontos. A única coisa que disse ao baby é que quanto mais cola passasse, mais brilhantes ficariam os peixes.


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Brincar com cola é outra atividade deveras prazerosa, principalmente quando a cola está seca nos dedinhos e o pequeno fica todo concentrado para retira-las.

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O Tatá queria muito manusear as purpurinas, e por conta disto “malandramente” colocou mais de um peixe na mesinha para passar toda a cola de uma vez! Eu poderia ter recusado essa ação, pensando na aprendizagem da sua paciência, e de questões como: começo, meio e fim, mas achei tão inteligente a resolução que deu para o seu problema que até apoiei-o ajeitando melhor os peixes. 

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Quando ficamos cheios de regras com as crianças sem permitir que elas se expressem, que demonstrem suas vontades e ideias, não estamos incentivando sua auto-estima, confiança e características pró-ativas. É necessário que eles também tenham seus momentos de autoridade (não confunda com o autoritarismo ok!). 

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Com quatro pequenos potinho de purina (onde fiz um sutil buraquinho em cada um), o Tatá pode salpicar cor e brilho nos peixinhos e ficar encantado com a  descoberta do resultado. 

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Salpicou muita prata, muito verde, muito vinho e muito azul e as escamas ficaram lindas.


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O curioso é que ele não teve vontade de colocar sua mão na purpurina, então quando havia terminado, eu esfreguei minhas mãos nos grãos que sobraram no chão, e coloquei sobre meu rosto. Ele ficou um tempão viajando na brincadeira de se pintar com brilho, ou tira-lós da cola seca.



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Tudo seco, com varinha na mão e serragem na piscina, foi a vez de brincarmos de pescaria. Primeiro ele explorou bastante a varinha. Ficou na ação de “jogar ao mar” em todos os cantos da casa (e eu atrás protegendo o que não podia quebrar..kkkk). Depois ele queria estar com o peixe no anzol e levá-lo para passear, para ler seus livros, para comer grama, para tomar banho, para dormir na sua cama (que é um barco!), para jogar bola... Enfim, foi uma relação de puro amor com o peixe.




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Somente depois, quando coloquei todos os peixes na piscina é que ele foi fazer a brincadeira oficial (ou quase) da pescaria. Tentou, tentou e tentou, mas os peixes não pulavam sozinhos direto para o seu anzol.

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Então resolveu entrar na piscina, acho que ele pensou: “Se estiver dentro do mar tudo fica mais fácil"!”. Mas não foi bem assim, os peixes continuavam a recusar morder o anzol. 

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Então o Tatá desistiu e curtiu a pescaria de outro modo!


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Foi serragem para todo o lado. Foi varinha para todo o lado, foram flores sendo fisgadas no quintal, enfeites virando pela casa, mas enfim, foi um caso de amor tão grande entre esse “manezinho da ilha”, sua varinha e os peixes que só me resta perguntar… Por que não mamãe?

Recado para o Tatá: Meu amor, sei que dá mais trabalho, e que às vezes cansa, mas não me arrependo nunca de dar voz à você, porque te ouvir e te conhecer é bem melhor que ver em você apenas um reflexo meu! Te amo!

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Circuito de areia.
Alescio19:30 2 comentários

Dia de preguiça, sem vontade de sair de casa e uma piscina disponível no quintal. Combinação perfeita para bolar alguma coisa rápida. Chamei o Tatá e disse que íamos fazer uma brincadeira. Cortei três garrafas plásticas, uma de cada tamanho, separei areia colorida, feijões, um pouco de serragem, umas colheres, pá e potinhos. 

A única ideia em mente era trabalhar os tamanhos: pequeno, médio e grande , o que deu super certo com as garrafas, daí por diante todos os outros aprendizados seriam lucro (para mim, porque para o Tatá, sempre há grandes ganhos!)


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Comecei a brincadeira de forma livre. Tudo na frente do baby para iniciar do seu jeito a atividade. Esse primeiro momento é super importante, porque com um olhar atento é possível analisar a natureza atual da criança. Por onde ela anda caminhando, o que está compreendendo, como age às situações, onde estão suas facilidades e dificuldades. Tudo isso e muito mais pode ser observado assim que se oferece algo para ser explorado.




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O Tatá, por exemplo, tem como pratica adquirida uma concentração forte, fechada, porém atenta ao que acontece ao redor.  Forte porque não adianta eu falar com o baby que ele não responde (está entregue), fechada porque fica determinado a fazer algo e não desvia para novos assuntos (está explorando com profundidade cada etapa), mas ao mesmo tempo atento aos seus outros sentidos, e isso é o que mais  me encanta ultimamente. Explico: sempre coloco música nas nossas atividades,  e estamos ouvindo muito a Rádio Radinho (http://radioradinho.com.br/). Como é um canal eclético, tenho classificado as músicas pelos países; “ Olha Tatá, está é africana"! “Olha filho, que legal esta música francesa"!”, e assim por diante. Então no meio das brincadeiras, quando está muito concentrado e começa uma música nova, ele para, olha para o alto e diz: “Essa não é francesa, é africana!”


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A mesma coisa aconteceu com sua percepção olfativa, já que eu estava preparando uns milhos cozidos. A mamãe aqui tem uma grande renite alérgica, o que me impede de sentir bem os cheiros, normalmente preciso que algo esteja com um odor forte para perceber. Mas agora está bem mais fácil não queimar a comida (kkk), porque o baby me avisa! E no meio da brincadeira, teve um momento que ele disse: “O mio tá pronto!”


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Tudo ao mesmo tempo agora! Isso é muito legal! E todas as crianças podem e devem desenvolver a percepção dos seus 5 sentidos de forma consciente. Basta darmos uma mãozinha. Chamar sua atenção para um cheiro, para um visual, para um som, para um gosto, para uma textura. Foi assim com o Tatá desde que nasceu, e hoje tornou-se  automático suas associações e percepções.

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Mas voltando as garrafas… certa hora coloquei duas bolinhas de gude nas areias coloridas e disse ao baby que caso ele colasse nas garrafas ia ver uma coisa bem legal acontecendo. Então perguntei se ele conseguia colocar na garrafa pequena (a mais alta). De imediato ele respondeu ao meu pedido. Achei que podia ser apenas coincidência. 


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Então, falei que ele também podia colocar a bolinha na garrafa média. E o danado foi direto nela.


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Então ficou brincando um bom tempo de jogar e pegar a bolinha de gude pela garrafa média ou pequena. Mas não quis saber de colocar na garrafa grande.  Somente depois de um bom tempo é que resolveu colocar algo ali dentro, mas não foi a bolinha!

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Como coloco colheres pequenas para o Tatá brincar, além dele se divertir ainda está em pleno treino de força, equilíbrio e mira nas mãos, o que ajuda na prática de se alimentar sozinho ou escovar os dentes.


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A transferência da serragem, da pequena piscina, para as garrafas que estavam longe, foi um ótimo treino e um divertido passatempo para o baby.


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Mesmo que dentro de cada atividade inúmeras habilidades estejam acontecendo, o mais importante é a criança estar gostando daquilo e se divertindo. E isso com certeza só se alcança quando ela tem liberdade para brincar do jeito que preferir. Interferências só quando estritamente necessário e de forma pontual!


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Proporcionar algo que seu filho gosta e sem ter muito trabalho é algo que vale a pena e que não tem preço, então porque não mamãe?

Recado para o Tatá: Meu amor, fico feliz por você se divertir muito com tão pouco. Mil vezes areia colorida que brinquedos elétricos que acendem lâmpadas reluzentes. Além de ajudar a natureza, ajuda o bolso do papai! Que seu coração e mente continuem simples, assim com os brinquedos da sua infância! Te amo.