Bruuuuuu, em dia frio é preciso de uma boa dose extra de animo para fazer brincadeiras com os babys, porque a vontade mesmo é de ficar debaixo do cobertor! Entretanto a realidade das crianças pequenas é outra, quem disse que eles aceitam sedentarismo? Então bora mexer o corpo! O que é ótimo para eles e para nós!
Separei algumas coisas que tinha em casa e fiz um circuito para o Tatá. De antemão sei que o baby ainda não tem gosto para brincadeiras onde uma sequência orquestrada é necessária, mas se ele não tiver oportunidades como compreenderá brincadeiras onde a lógica da continuidade se faz presente?
Primeiro separei tudo e fui colocando no chão da sala, ele estava ao lado, e como já está acostumado com os “momento de brincadeiras”, esperou pacientemente a mamãe preparar a atividade. Peguei algumas panelas onde ele pudesse pulá-las, como se estivesse num rio com pedras. Por conta disso inventei uma breve história onde tínhamos que evitar as mordidas de um jacaré que nadava por ali.
No segundo momento era preciso entrar no “bote das flores”, e como o jacaré era alérgico a elas, ele não podia nos pegar ali. Nessa etapa o exercício físico exigia equilíbrio e destreza para entrar e sair do cesto que era razoavelmente alto e leve, ou seja, só dependia da sua coordenação para não cair.
Ao contar a história disse que era necessário passar por todo o caminho na sequência, assim seria mais fácil não acordar o jacaré que estava dormindo bem no “meio do lago”. O que não me impedia de avisa-lo conforme passava para a próxima fase. Eu sabia que no decorrer da brincadeira ele mesmo escolheria por onde passar ( o que é super legal!), entretanto mostrar que há um começo, meio e fim, ou seja, um critério sequencial também faz parte da brincadeira, e ajudará em jogos futuros.
O próximo passo foi passar pelas bóias, ops, pelas “Vitórias-Régias”, e ali ficar pulando bastante para aquecer o corpo, já que seus pés haviam ficados “molhados ao passar pelo lago”.
Pular dentro de um pequeno espaço limitado não deu muito certo, o Tatá desequilibrou algumas vezes, mesmo porque queria pular bem em cima das bóias. Mas faz parte da brincadeira, então bora aquecer o corpo.
Logo depois foi a vez de entrar no “barco abandonado”, onde haviam alguns cocos que serviam para assustar e afastar o tal jacaré, que nesse momento havia acordado! A ideia é que o Tatá entrasse na caixa e ficasse jogando as bolas bem no meio do lago. A ação de jogá-las em algum ponto específico ajuda na mira (o que trabalha tanto o lado físico quanto o raciocínio lógico) e também auxilia na proporção de força necessária para conseguir tal proeza.
Mas o Tatá preferiu pegar as bolas e levar para a piscina! Fazer o quê! Ele queria mesmo é ficar num barco sem coco nenhum!
Ele colocou e tirou as bolas dentro da caixa algumas vezes e só depois resolveu explorar a piscina “das pedras preciosas”, que dava “proteção contra o jacaré”.
O baby conseguiu fazer o caminho completo duas vezes. Fiquei super feliz, já que demostrou ter compreendido a existência de uma sequência na brincadeira. Mas depois disso não adiantou a mamãe tentar novamente, então respeitei o momento e o pequeno ficou livre para criar suas próprias histórias.
Com isso ele resolveu levar as “pedras preciosas” para cima das “pedras do rio”. Ele queria que o jacaré comesse cada uma delas!
O que não impediu que subisse novamente em cada uma, praticando ainda mais seu equilíbrio físico.
Também quis tomar um banho com as “pedras preciosas”. Um momento bem sensorial.
Certo momento o “poço das flores” viraram seus anjos, que ele libertou…
E levou para passear na piscina das pedras preciosas (acho que pode ter associado uma coisa a outra, já que em nossas histórias, os anjos tem poderes e usam pedras energéticas para curar as pessoas!)
A brincadeira virou farra, tudo ficou espalhado, e a sequência foi por água abaixo, nem o jacaré apareceu mais nos seus relatos. Quando isso acontece não insisto em dominar a história, primeiro porque deixar a criança criar sua fantasia é extremamente benéfico, mesmo que seja “sem pé nem cabeça” aquilo que está sendo narrado. São nesses momentos que ela sente autonomia para classificar o mundo conforme seu entendimento, e isso auxilia numa construção crítica conforme ocorre o amadurecimento da criança. O segundo motivo é que quando o baby materializa em palavras suas fantasias, também estamos incentivando a construção da fala e vocabulário, além da comunicação entre pais e filhos. Se a criança vê nos pais alguém que o escuta e dá valor para aquilo que é dito, os votos de confiança vão se aprofundando e a entrega será sempre natural.
Sobre os circuitos, quanto mais a criança pular, correr, saltar, cair, levantar, abaixar, etc., mais serão ativados seus músculos, articulações, respiração, órgãos dos sentidos, e por aí vai. Quanto mais farra física, mais hormônios são liberados, mais dispostos eles ficam e com isso todo o seu conjunto físico e mental são beneficiados.
A mamãe também entrou na brincadeira, o que mais uma vez só fez lembrar o quanto está sedentária…kkkk. Todo mundo bufando e a casa bagunçada, quer coisa mais gostosa? Então, porque não mamãe?
Recado para o Tatá: Meu amor, nada como ter um baby para a gente experimentar sentimentos, pensamentos e ações novas todo os dias. Obrigada por tirar a mamãe debaixo das cobertas nos dias frios! Te amo!