Desde o verão passado o quintal guarda 4 pneus de carro da troca que o papai fez. Mas sabe aquelas ideias que você sempre deixa para amanhã! Pois é, demorou quase um ano, mas finalmente o Tatá ganhou seu primeiro brinquedo reciclado de pneu!
Algo bem simples, mas muito eficaz para desenvolver inúmeras habilidades nos pequenos. Um balanço.
Claro que o Tatá iria participar de toda a construção do brinquedo, isto ajuda na noção de pertencimento e nas questões de cuidado e respeito.
Quando uma criança coloca sua energia em algo, esse objeto/pessoa vira automaticamente um bem precioso, a relação da criança se torna mais intensa. E como dizia Antoine de Saint-Exupéry você se torna responsável por aquilo que cativa (neste caso por aquilo que constrói!)
Começamos pelas cores que mais apareceriam no pneu; branco, amarelo e vermelho. O Tatá agora recebe poucas quantidades de tintas em recipientes reciclados para fazer suas artes, isto se deve a maturação em compreender que aquela determinada quantidade de tinta está exclusivamente destinada à sua obra de arte. O que acontece diferente quando a brincadeira tem o viés exclusivamente sensorial.
O manuseio do pincel também está mais coordenado, e sua força ideal, pois ele consegue segurar no ar ambos objetos, molhar o pincel na tinta e não quebrar os pratinhos frágeis de isopor. Isso pode passar desapercebido muitas vezes aos adultos porque esquecemos que nossos “lindos e espertos” filhos ainda estão aprendendo sobre o mundo e sobre as forças de seu corpo. Para nós nada é novidade, para eles ainda muita coisa é surpreendente.
A tinta branca havia só um restinho, por isso o Tatá precisava “raspar” no fundo do potinho. E ele fez isso sem melecar nada, nem sua mão nem o pincel. Trata-se de detalhes da coordenação motora fina.
Entretanto sua noção de espacialidade ainda não está totalmente desenvolvida. Ele naturalmente procurava pintar um único espaço no pneu, então de vez em quando eu chamava sua atenção perguntando se haviam espaços que ainda não tinham recebido tinta. Já sua resposta era automática, e se dirigia aos cantos que faltavam receber suas pinceladas.
À procura de novos espaços vazios do pneu ele inventou uma brincadeira, começou a rodar e rodar, e cantar e cantar. Então ficava tonto e se jogava no chão dando risadas! Depois pegava o pincel e voltava a pintar. Isso aconteceu várias vezes!
Depois disso aproveitamos para deixar o pneu secar, e viramos o lado, que recebeu cores verde e azul, conforme sua escolha.
Eu poderia ter pintado o pneu para o Tatá e feito uma surpresa. Existem ótimas ideias de pintura na web. Uma mais linda que a outra, joaninhas, sapos, jacarés, super lúdico e chique, mas nada como deixar a própria criança desenvolver suas noções particulares de estética.
É muito importante a criança ter o poder de escolha, principalmente no que se refere aos momentos do brincar e fazer atividades lúdicas. Isso dará segurança, auto-estima e noção de capacidade e criatividade. Mesmo que esteticamente para o adulto o resultado fique fraco, com toda certeza para a criança, para os seus olhos será a mais bela obra de arte. Ali está a sua energia e sua potencialidade materializada.
Por isso peço aos queridos papais e mamães, resistam a tentação de fazer as coisas para suas crianças só para deixar algo "bonitinho"! Nada vale mais e é mais bonito do que elas mesmas colocarem a mão na massa.
E sobre referências estéticas, não se preocupem, basta oferecer-lhe bons passeios culturais como exposições de arte de escultura, pintura, gravuras, instalações, etc., e livros diversos que automaticamente elas aprenderão com quem sabe de fato!
O Tatá percebeu num determinado momento que dentro do pneu não tinha cor nenhuma, então o pequeno tratou de resolver isso!
Como toque final deixei umas bisnagas para dar brilho e para ele apertar, deixando rolar mais um pouco de cor.
Depois de tudo (quase!) seco, foi a vez de montar o balanço. E lá foi o Tatá ajudar com a corda!
Enquanto o papai pendurava o balanço o filho bagunçava o coreto!
Um nó bem simples (de forca) foi dado na parte superior do balanço, e em baixo foi só passar a corda por dentro dela mesma.
Não deixamos muito alto para o Tatá não levar grandes tombos, mas também não deixamos muito baixo para poder proporcionar desafios.
Ele se pendurou de várias formas diferentes. E com isso foi desenvolvendo equilíbrio e conhecendo melhor as forças do seu corpo.
Ele ainda não sabe dar impulsos só com um pé. Eu e o marido fizemos algumas vezes na sua frente, mas até o final do dia não tinha pegado o jeito. Tudo bem, cada coisa no seu tempo! Entretanto suas tentativas foram todas válidas para a prática do equilíbrio, noção de lateralidade, altura, espacialidade e força.
Também exploramos com o pequeno outras formas de balançar, que ainda requer uma ajudinha!
Ele e papai se divertiram muito, aliás teve um momento que os dois estavam “brigando” para ver quem ia balançar primeiro! kkkkk
Futuramente irei fazer outros balanços (já que tenho mais 3 pneus sobrando). Ou outros brinquedos, sei lá! Só espero não demorar mais um ano para fazê-los…kkkk
A família toda brincou no balanço! O ganho amoroso e social desse brinquedo também é muito significativo (dar a vez, esperar o outro, brincar junto, etc.).
O Tatá está desenvolvendo inúmeras habilidades e gastando energia infantil e tudo isso com atitude ecológica. Para tanto resta saber, porque não mamãe?
Recado para o Tatá: Meu amor, tenho tantas lembranças de quando balançava na minha infância. Lembro do vento, das folhas das árvores, da sensação de liberdade e aventura, dos pensamentos poéticos e filosóficos, enfim, balançar é viajar e amar ao mesmo tempo! Por isso espero que na sua vivência com seu brinquedo tudo isso e muito mais possa passar pela sua mente e coração de criança e ficar registrado no seu corpo sensorial. Daqui a alguns anos falaremos sobre isso e vou amar ouvir de você as suas histórias e descobertas desses momentos. Te amo.
Você amarrou em que? Ou furou? Eu queria tanto fazer um aqui em casa pra Bel mas a garagem é de laje, não sei se existe algum parafuso suficientemente forte.
ResponderExcluirEle vai amar essa brincadeira, que criança não gosta de um balanço né?!
Um abraço!
Andressa
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Oi Andressa, tudo bem? Eu amarrei com um nó de forca na madeira do telhado de fora da casa. Para laje acho que você vai precisar usar furadeira e colocar aqueles ganchos de alpinista sabe? Boas brincadeiras!
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