Fizemos um tempo atrás uma atividade de horta infantil plantando milhos. Desde então o Tatá vive cuidando, sempre regando ou simplesmente indo ver como está seu crescimento. Quando os milhos chegaram num tamanho bacana, demos continuidade ao processo de crescimento do cereal.
Na mesma época estava lendo um livro para o baby que contava a história de um espantalho que morava dentro de um milharal. A conexão foi automática! Me pediu para fazer um espantalho e os pássaros amigos do boneco. Prometi que faríamos em breve.
E como promessa de mãe para filho é algo sagrado (e é uma boa lição de honestidade e caráter) preparei tudo o que precisava para a alegria do baby.
Quatros garrafas pet (duas para os braços e duas para as pernas) e serragem (que já tinha aos montes em casa). Isso foi o mais perto que consegui chegar do espantalho tradicional e que ficou semelhante ao livro.
No primeiro dia de arte o Tatá ficou super empolgado, mas empolgado até demais que acabou brincando com a serragem e esqueceu de ajudar a mamãe!
Jogou nos vasos, no chão e até na cabeça (que deu um trabalhão para tirar depois). Neste dia recebemos visita e paramos por ali, retornando somente alguns dias depois.
No segundo dia da atividade o Tatá que já havia experimentado a brincadeira, teve mais paciência e ficou mais concentrado na ação.
Colocar com a colher, ou com a mão o conteúdo dentro do pequeno buraco da garrafa é um ótimo exercício de coordenação motora fina. Mas como eram muitas garrafas a mamãe acabou fazendo a maioria.
Na hora do durex o Tatá que havia dispersado correu para ajudar, ele adora tentar tirar a fita. Sua habilidade em tirar sozinho tem melhorado bastante, mas as unhas grandes (que a mamãe esquecera de cortar), havia sido fundamental.
Entretanto na hora de grudar no cabo da vassoura acabei fazendo sozinha, já que era necessário precisão para ficar firme.
A cabeça usei um saco de plástico que enchemos de serragem. Depois com um arame e durex grudei também no cabo. Ficou bem firme!
Amarrei um pano branco na cabeça e disponibilizei as tintas. Nem precisa falar que para o Tatá essa foi a parte mais legal de dar vida ao espantalho.
Antes de começar perguntei ao baby o que temos no rosto. Ele falou tudo, sem deixar de lado as orelhas, o queixo e a testa. E assim foi pintando o boneco com tudo o que ele tinha direito.
Conforme ele pintava eu perguntava o que estava fazendo, só para ver se sua noção de espaço e localidade estava coerente.
E ele conseguiu colocar "nos locais certos" cada parte do rosto. Fez as orelhas na lateral, os olhos em cima, as sobrancelhas perto dos olhos, a boca e o nariz no centro.
Claro que são “manchas”, mas são manchas com localizações realistas. Obviamente que, se meu filho estivesse colocado a orelha no local da boca eu jamais iria corrigi-lo, porque acredito que tal ação se torna inibidora e prejudicial no desenvolvimento do lado criativo. Na arte nada está errado (é só lembrar de Picasso), e na arte infantil esse conceito é mais forte ainda, porque eles estão no momento de experimentação. Imitar o mundo real acontece naturalmente e sem interferência dos adultos, por isso não é preciso ativar nenhuma preocupação desnecessária.
Quando terminou de pintar todo o rosto do espantalho claro que não queria deixar a tintas de lado, então fixei um papel na parede e ali o pequeno de divertiu mais ainda.
Como vi que seu interesse não estava mais no espantalho, eu mesma coloquei o chapéu, as roupas e fixei-o no chão. Bastou dizer como estava lindo que o Tatá resolveu dar seus toques finais no novo boneco do jardim.
Mas foi só uns toques, já que voltou para sua pintura livre na parede. Eu não fico chateada quando o baby perde o interesse por algo que estamos fazendo com carinho. Primeiro porque as crianças são assim mesmo, são pontuais em tudo o que fazem, gostam de um detalhe, de uma sensação, de um som.
Ah, e por falar em som, o fundo musical foi da incrível banda corporal “Barbatuque”, que faz apresentações de tirar o fôlego. Gosto do show que fizeram na Suíça. Normalmente deixo o you tube ligado para fazermos nossas estripulias (também uso para arrumar a casa e brincar com o Tatá ao mesmo tempo!)
(ww.youtube.com/watch?v=Ag9Wjenp3Oo). Vale muito a pena conferir todo o trabalho da banda: http://www.barbatuques.com.br/
(ww.youtube.com/watch?v=Ag9Wjenp3Oo). Vale muito a pena conferir todo o trabalho da banda: http://www.barbatuques.com.br/
E o nosso amigo do jardim ficou assim. Blusa do papai e calça da mamãe.
E como a tinta não havia acabado ficamos mais meia hora pintando juntos o papel. O Tatá no meu colo fez até pinturas deitado. Ô moleque danado!
Ter brincadeiras fundamentadas através de livros é muito bom. Fazer bagunça criativa melhor ainda, então porque não mamãe?
Recado para o Tatá: Meu amor, todo o processo foi legal, mesmo sendo dividido em vários dias. E dividir o pincel com você ao final foi melhor ainda. Agora só faltam os pássaros para voarmos longe na nossa imaginação. Te amo.